Por que as trufas (fungos) são tão caras?

Por que as trufas (fungos) são tão caras?

Diferentes e até meio estranhas, as trufas são ilustres desconhecidas para muita gente. Não, não estamos falando do chocolate que recebe o mesmo nome, e sim do fungo que nasce sob a terra. Elas podem ser encontradas em três tipos: a trufa branca, a trufa negra e a trufa de verão, e uma das diversas semelhanças entre elas é o preço exorbitante.

Quem tem a oportunidade de ficar frente a frente com esse alimento — e de saboreá-lo, principalmente — relata que o cheiro e o gosto são muito agradáveis. Porém, não são muitos que conseguem essa façanha, visto que uma das suas maiores características é o valor alto e nem todos têm a oportunidade de pagar o que se cobra por ele.

No começo de dezembro de 2014, a Sotheby — empresa que realiza leilões no mundo todo — vendeu uma trufa branca tida como a maior do mundo. O licitante foi um chinês que não se identificou. Ele pagou a bagatela de 61.250 dólares. E olha que esse valor foi considerado uma pechincha, já que as chuvas do ano passado renderam uma grande safra.

O motivo do valor astronômico

E você sabe por que as trufas são tão caras desse jeito? Muita gente não tem ideia e, para explicar melhor, o pessoal do mental_floss foi conversar com Vittorio Giordano, vice-presidente da Urbani Truffles USA, empresa responsável por caçar trufas (esse realmente é o termo usado, em vez de coletar ou colher) e distribui-las aos estabelecimentos.

“As trufas são um produto selvagem, natural. Não é algo que se pode cultivar ou controlar”, explicou Giordano. Ele também comentou que as pessoas têm tentado, há muito tempo, fazer suas fazendas de trufas. Embora os Estados Unidos e a Austrália usem bastante tecnologia para isso, o plantio não teve sucesso e raramente resulta em produtos bons.

Como é feita a colheita da trufa

Hoje em dia, existem cerca de 18 mil pessoas trabalhando para a Urbani em todo o território italiano. O caçador de trufa entra na mata e normalmente usa um cão para farejar o lugar onde o alimento se esconde. E isso não é tarefa fácil. São necessários vários funcionários para se conseguir uma quantidade suficiente para a distribuição.

Tudo isso porque uma única pessoa consegue uma quantidade bem pequena, menos de 100 gramas. Por isso, a empresa precisa contratar muita gente para trabalhar nessa tarefa, a fim de ter o suficiente para poder vender para restaurantes e distribuidores. E tudo precisa ser feito muito rápido para que o alimento não perca suas características.

Assim que a trufa é desenterrada, uma parte dela é colocada de novo no solo para que possa se reproduzir novamente. E a corrida começa depois disso, já que o alimento imediatamente começa a perder água por evaporação. A empresa não poupa esforços — e dinheiro — para que ela chegue em ótimas condições ao prato do consumidor.

Quem não tem cão caça com porco

Como foi dito, os caçadores usam um cão para farejar as trufas (já que o cheiro delas é bem forte). Mas nem sempre foi assim. Antigamente, as pessoas usavam porcas para procurar o alimento. Isso porque, para a fêmea, as trufas exalam um odor semelhante à testosterona e elas conseguem encontrá-las muito mais fácil e bem mais rápido.

“Mas existe um problema: os porcos comem as trufas. Eles acham o produto e não querem dá-los de volta”, disse Giordano. Para resolver esse problema — e também porque o uso de suínos foi proibido desde 1985 porque eles danificavam as camas de trufas —, os cachorros foram treinados para farejar o alimento com mais precisão. E deu certo.

Tudo ajuda

Giordano contou que as trufas têm que chegar aos restaurantes e distribuidores em menos de 36 horas depois da colheita feita na Itália, não importa em que lugar esteja o solicitante. E não é preciso dizer que todos esses motivos somados contribuem para que o valor da trufa seja tão alto, já que o trabalho é pesado e os gastos são inúmeros.

“As trufas pretas, a variedade mais comum, atualmente custam cerca de 95 dólares por onça (cada onça equivale a 28 gramas), enquanto as brancas estão no topo, com o valor de 168 dólares pela mesma quantidade”, ele conclui. Então, da próxima vez que você vir esse alimento no cardápio de um restaurante, não precisa se assustar. Ninguém errou o preço.

 

Fonte: megacurioso.com.br


 

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